Eu queria que você morasse mais perto de mim. Assim, do outro lado da rua. Ou na rua de trás. Ou duas quadras para frente, porque é a parte do bairro que eu gosto mais.
Não, não, eu queria que você fosse meu vizinho. Assim, vizinho de porta, porque aí quando faltasse açúcar ou chá aqui em casa eu iria na sua buscar e te roubava um abraço. Eu queria que você fosse meu vizinho, p'ra gente assistir filme até tarde e depois que a gente cansasse da bagunça da minha casa a gente poderia ir para a sua. E fazer mais bagunça lá. Eu queria que você fosse meu vizinho, porque quando eu ficasse com frio nos pés eu poderia te chamar para me esquentar. Eu queria que você fosse meu vizinho, porque, se você fosse, eu poderia bater na tua porta e ir dormir com você se eu sentisse medo. E eu sinto.
Eu queria que você fosse meu vizinho, mas o vizinho da janela da frente, para a gente improvisar um correio com cordões e eu te passar um monte de post-its com mensagens de amor e corações. Eu queria que você morasse na janela da frente da minha, para eu te acordar toda manhã, com uma pedra estalando na sua janela, ver sua cara de sono e desejar bom dia. Eu queria que você fosse meu vizinho, porque se você fosse meu vizinho eu poderia te pedir para abrir um pote de picles e te pedir para ficar. E você ficaria.
Eu queria que você fosse meu vizinho, porque aí a gente poderia ficar na nossa praça olhando as estrelas durante a madrugada nos dias que a gente quisesse, mesmo que fosse dia de semana.
Mas já que você não é meu vizinho, tem problema não. Eu pego um ônibus, vou correndo, peço até carona para te encontrar.
*Benji Hughes
(As vezes eu me arrependo de ter um blog com o título baseado em uma música d'uma banda chamada Antsy Pants. Sério, amigos, onde diabos eu estava com a cabeça?)
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
sábado, 23 de julho de 2011
:~~
Tá foda, amor. Eu já te disse que 'tá foda? Eu já te chamei de amor? Eu posso? Posso mesmo? Porque tá tão foda que eu preciso de alguém p'ra chamar de amor, de alguém p'ra pedir colo. Preciso mesmo. Tá tão foda que eu preciso d'alguém, nem que seja pr'uma foda.
Sabe porque está foda? Tá foda porque é assim que tem que ser. Tá foda porque a gente tá nessa porra de inverno frio, porque eu guardo no bolso as luvas que coloco nas mãos, quando vem aquele frio que começa nos dedos, sobe pelo pulso e vai até o coração. Tá foda mesmo. O Rivers tá aqui no meu ouvido, cantando uma versão de Unbreak My Heart, mas, sabe, cara, quando ele diz Un-cry these tears eu não consigo. Eu tento mesmo, mas eu não consigo.
Meus olhos estão vermelhos, meu cabelo está um pocaria. Tá foda, cara. Tá foda.
Porque você tá indo, cara? Você não disse que eu podia te chamar de amor? Heim, cara? Não me deixa aqui, por favor. Aqui tá foda.
... Come back and say you love me ...
Sabe porque está foda? Tá foda porque é assim que tem que ser. Tá foda porque a gente tá nessa porra de inverno frio, porque eu guardo no bolso as luvas que coloco nas mãos, quando vem aquele frio que começa nos dedos, sobe pelo pulso e vai até o coração. Tá foda mesmo. O Rivers tá aqui no meu ouvido, cantando uma versão de Unbreak My Heart, mas, sabe, cara, quando ele diz Un-cry these tears eu não consigo. Eu tento mesmo, mas eu não consigo.
Meus olhos estão vermelhos, meu cabelo está um pocaria. Tá foda, cara. Tá foda.
Porque você tá indo, cara? Você não disse que eu podia te chamar de amor? Heim, cara? Não me deixa aqui, por favor. Aqui tá foda.
... Come back and say you love me ...
domingo, 26 de junho de 2011
segunda-feira, 20 de junho de 2011
- Amor, 'tou saindo.
- É?
- Ahãm. Vou sair com o pessoal. Um barzinho, um bolero, um cigarro.
- Vai, meu bem, vai! Só cuidado com a cerveja...
- Benzinho, tu sabe que eu não bebo...
- Não, não é isso... Só não deixa ela ficar quente.
- É?
- Ahãm. Vou sair com o pessoal. Um barzinho, um bolero, um cigarro.
- Vai, meu bem, vai! Só cuidado com a cerveja...
- Benzinho, tu sabe que eu não bebo...
- Não, não é isso... Só não deixa ela ficar quente.
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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Qualquer coisa
Te guardo, te recolho, te encolho.
Te pego, te escondo, te estico
E aí: O grito.
Te amo e te seguro, por entre as grades
por entre o muro
por entre a fresta
do alçapão
E você entra
E faz a festa.
Me derruba, me ergue
me esconde em seus braços
me embaraça entre os teus dedos
Já não ligo para nada
já não tenho mais medos
só persisto
e ainda existo
por falta de coragem
de desistir.
Te pego, te escondo, te estico
E aí: O grito.
Te amo e te seguro, por entre as grades
por entre o muro
por entre a fresta
do alçapão
E você entra
E faz a festa.
Me derruba, me ergue
me esconde em seus braços
me embaraça entre os teus dedos
Já não ligo para nada
já não tenho mais medos
só persisto
e ainda existo
por falta de coragem
de desistir.
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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Atualizações de listas XXV
Desprezos e Desafetos.
Calor
Suor
Carne de Porco
Fedor
Rosa
Abacate
Unicórnios
Sertanejo
Casaco curto
Calça quente
Céu nublado
Conexão lenta
Elisa
Cabelo penteado
Gente ruiva
Olhos azuis
e verdes
Areia
Mar
Sol
Sujeira em aquário
Ônibus lotado
Perder tempo
Falta de sono
Sentir sono demais
Dormir demasiado
Travesseiro baixo
Orkut
Laranja com cor de rosa
Azul com amarelo
PT
Atrevida
E todas as outras revistas de guriazinhas
Rio de Janeiro
Sotaque
Funk
Rio fedido
Bicicleta
Unha rosa
ou qualquer outra cor clarinha-discretinha
Carne assada
Tênis esportivo
Jaqueta
Cheiro de fumaça
Marimoon
Sean Kingston
e suas beatifuls girls
Amor
Paixão
Confusão de sentimentos
Frio no pé
Luz queimada
Harry Potter
Crepusculo
e todas essas baboseiras de Stephanie sei-lá-o-que
Mochila pesada
Celular sem bateria
Giz de cera quebrado
Sardas (Como eu já pude odiar sardas? Eu amo as suas sardas!)
Lábio rachado
Garoa
Gente dizendo o que devo fazer
Bruno e Marrone
Adesivos
Carteirinha da escola
Aleatório
Gente dizendo que sou emo
Cobrador de ônibus mal educado
Goteira
Chicletes na sola do sapato
Salto
Bota
Silêncio
Saudade (principalmente as que eu sinto de você.)
Desejos e Afetos.
Uma vitrola
Uma coleção enorme de discos, para tocar na vitrola
Um tênis vermelho (Fuck yeah, agora eu tenho dois!)
Um lenço branco e vermelho, para combinar com meu casaco vermelho (Valeu, mãe!)
O livro da Fantástica Fábrica de Chocolate
O mundo de Sofia, já que chutaram o meu (falo do livro, não do mundo)
Um Note decente
Uma câmera decente
Uma capa de chuva amarela
Uma cartola
Um casaco preto (Eu e meus cinco casacos pretos agradecemos.)
Um vestido parecido com o da Karen O, do Yeah Yeah Yeahs (Nhomnhomnhom, não sabia que eu gostava tanto de usar esse tipo de vestidos!)
Um óculos de sol igual ao que eu tenho, só que vermelho
Um óculos com o meu grau certo, que pode ser do mesmo modelo que o de sol
Uma conexão boa (Meus 10Mb estão ótimos, mas um roteador bom é uma ótima pedida.)
Uma pilha de livros que eu ainda não li (Agora eu preciso é de tempo!)
Café (Com o tempo fui parando com o café. Acho que tem me feito bem.)
Chá de Pêssego, bem geladinho (Paixão eterna.)
Dipirona Sódica (É que meu namorado não gosta que eu tome remédio, sabe? Faz mal pra minha gastrite. E desde que conheci ele acho que nunca mais tive dor de cabeça!)
Um cachecol xadrez (O inverno tá aí, gente!)
Bolinho de chuva (Os de ontem estavam gostosos, mãe!)
Um balão amarelo (Para combinar com as minhas unhas recém pintadas.)
Umas camisetas (Nunca são em excesso!)
Umas camisas
Umas calças
Cds originais das seguintes bandas:
Those Dancing Days,
Ida Maria,
Scoulting For Girls,
Sonic Youth,
Cobra Starship, (Shame on me.)
Dissonantes e
Help She Can’t Swin. (Sou punk, mai.)
Um cacto
Um sapo (Hng!)
Um gato, para se chamar Fritz
Uma passagem para a Noruega
Me embebedar de cerveja (Não passei dos três goles naquele Chopp, que depois o Thião e o Lipe dividiram!)
Vomitar depois de me embebedar (Qual é, Marjorie?)
Dormir em algum lugar inóspito, e acordar sem saber ao certo onde estou (Qual é, Marjorie? - The revenge)
Falar português bem certinho e bonitinho
mimimi
Quero pixar uma flor, em qualquer muro
Um caderno do homem-aranha
Um esmalte amarelo, que não fique parecendo que comi manga (I got it.)
Um corte de cabelo bem legal
Tatuar meu braço inteiro
Uma cartela de Lucky Strike
O Luis
Aprender a falar Inglês, Francês e novo Norueguês
Um jogo de Bets
Uma bola para jogar pé na bola
Gente para jogar pé na bola comigo
Uma garrafa de Coca
Um baixo
O mano em Curitiba, para me ensinar a tocar baixo
Uma banda
Uma fita vermelha para amarrar na testa, para combinar quando eu for dirigir o Biarticulado (bibii Thião, haha)
Uma fita amarela, para o caso de me remanejarem para o Fazendinha
Uma luva que combine com a minha toca de bomberman
Um cachecol que combine com a minha luva e a minha toca
Um Scrobbler do Last.Fm que rode no meu celular EM .JAR, PLEASE!
Uma melancia
Um livro de piadas do costinha
Mais tempo no meu dia
Menos sono
Uma escova de dentes elétrica
Bolhas para o meu banho
Um chá de bolha e um suco de arnica (haha)
Passar no vestibular (SOU FODA! 5º EM IBM NA UFPR!!!)
Fazer 18 anos logo
Sair de casa
Comprar um carro vermelho
Estampar um monte de camisetas, do jeito que eu imagino
Ir visitar a Jana na Alemanha, a Dolly em Israel, o mano em Alvorada e a Maz em Ribs (e mais toda a galera, haha)
Aprender a programar em C
Aprender a programar em C++, antes que o Maicon, haha
Chá de Pêssego, mas dessa vez quente
Uma tarde de sol bem gelada
Uma floresta de Ipês Amarelos
Joaninhas
Docinhos coloridos
Um colar preto, de bolinhas, bem grande
E um branco
Um vestido de bolinhas
Uma camisa polo, corsim cornão
Todos aqueles filmes Iranianos que eu assisti, com legenda amarela e gravados em dvd
“Nós nunca mais vamos acreditar em ninguém ♪”
Duas fantasias de macaco
Um Ipod Classic
Um Mein Kampf
Um arco novo para o meu violino
Um afinador para a minha guitarra
Um boné do Gabe autografado pelo Patrick
Uma garrafinha que nunca amace
Abraçar gente gorda
Bagunçar os cabelos de graveto do Álan
Um perfume de baunilha
E um de chocolate
E doce de abóbora em forma de coração
E Manjar Turco
Um secador laranja
Encontrar “A árvore dos desejos, de Faulkner”
Ler a árvore dos desejos
Dormir de tarde
Suor
Carne de Porco
Fedor
Abacate
Sertanejo
Conexão lenta
Gente ruiva
Olhos azuis
e verdes
Sujeira em aquário
Ônibus lotado
Laranja com cor de rosa
Azul com amarelo
PT
Atrevida
E todas as outras revistas de guriazinhas
Rio de Janeiro
Funk
Rio fedido
Marimoon
Sean Kingston
e suas beatifuls girls
Luz queimada
Harry Potter
Crepusculo
e todas essas baboseiras de Stephanie sei-lá-o-que
Mochila pesada
Celular sem bateria
Lábio rachado
Gente dizendo o que devo fazer
Bruno e Marrone
Cobrador de ônibus mal educado
Goteira
Chicletes na sola do sapato
Saudade (principalmente as que eu sinto de você.)
Desejos e Afetos.
Uma vitrola
Uma coleção enorme de discos, para tocar na vitrola
O livro da Fantástica Fábrica de Chocolate
O mundo de Sofia, já que chutaram o meu (falo do livro, não do mundo)
Um Note decente
Uma câmera decente
Uma capa de chuva amarela
Uma cartola
Um óculos de sol igual ao que eu tenho, só que vermelho
Um óculos com o meu grau certo, que pode ser do mesmo modelo que o de sol
Chá de Pêssego, bem geladinho (Paixão eterna.)
Um cachecol xadrez (O inverno tá aí, gente!)
Um balão amarelo (Para combinar com as minhas unhas recém pintadas.)
Umas camisetas (Nunca são em excesso!)
Umas calças
Cds originais das seguintes bandas:
Those Dancing Days,
Ida Maria,
Scoulting For Girls,
Sonic Youth,
Dissonantes e
Help She Can’t Swin. (Sou punk, mai.)
Um cacto
Um gato, para se chamar Fritz
Uma passagem para a Noruega
Falar português bem certinho e bonitinho
mimimi
Quero pixar uma flor, em qualquer muro
Um caderno do homem-aranha
Um corte de cabelo bem legal
O Luis
Aprender a falar Inglês, Francês e novo Norueguês
Um jogo de Bets
Uma bola para jogar pé na bola
Gente para jogar pé na bola comigo
Uma garrafa de Coca
Um baixo
O mano em Curitiba, para me ensinar a tocar baixo
Uma banda
Uma fita vermelha para amarrar na testa, para combinar quando eu for dirigir o Biarticulado (bibii Thião, haha)
Uma fita amarela, para o caso de me remanejarem para o Fazendinha
Uma luva que combine com a minha toca de bomberman
Um cachecol que combine com a minha luva e a minha toca
Um Scrobbler do Last.Fm que rode no meu celular EM .JAR, PLEASE!
Uma melancia
Um livro de piadas do costinha
Mais tempo no meu dia
Menos sono
Uma escova de dentes elétrica
Bolhas para o meu banho
Um chá de bolha e um suco de arnica (haha)
Fazer 18 anos logo
Sair de casa
Comprar um carro vermelho
Estampar um monte de camisetas, do jeito que eu imagino
Ir visitar a Jana na Alemanha, a Dolly em Israel, o mano em Alvorada e a Maz em Ribs (e mais toda a galera, haha)
Aprender a programar em C
Aprender a programar em C++, antes que o Maicon, haha
Chá de Pêssego, mas dessa vez quente
Uma tarde de sol bem gelada
Uma floresta de Ipês Amarelos
Joaninhas
Docinhos coloridos
Um colar preto, de bolinhas, bem grande
E um branco
Um vestido de bolinhas
Todos aqueles filmes Iranianos que eu assisti, com legenda amarela e gravados em dvd
“Nós nunca mais vamos acreditar em ninguém ♪”
Um arco novo para o meu violino
Um afinador para a minha guitarra
Um boné do Gabe autografado pelo Patrick
Uma garrafinha que nunca amace
Abraçar gente gorda
Um perfume de baunilha
E um de chocolate
E doce de abóbora em forma de coração
E Manjar Turco
Um secador laranja
War Pigs.
Porque a minha mais nova vocação deve ser começar a achar que eu amadureci e todo mundo regrediu mentalmente.
Já que esse foi o quinto Esc do dia e o vigésimo segundo "Como é que eu fazia para aguentar mesmo?".
sábado, 18 de dezembro de 2010
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Nota #556
Quando eu estou triste, eu me imagino em uma floresta, densa e nublada, com um vento gelado no meu rosto.
E eu escuto violinos.
'tou triste agora, mas nem sei porque.
E eu escuto violinos.
'tou triste agora, mas nem sei porque.
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Esse vazio tão cheio.
A madrugada me deprime, e tudo começa a me doer em proporções imensas.
Eu lembro da sensação que me abatia quando eu acampava e sinto falta.
Hoje o céu está sem estrelas.
Eu lembro da sensação que me abatia quando eu acampava e sinto falta.
Hoje o céu está sem estrelas.
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~
- Mas sabe, meu bem, talvez os melhores sonhos sejam aqueles que a gente não lembra. Começam sonhos, terminam sonhos. Aqueles, que você consegue lembrar talvez no máximo como uma sensação, mas não como uma lembrança concreta. Aqueles que, no momento em que você abre os olhos, se perdem, dispersam-se como fumaça e vão embora. Mesmo que você não lembre. Mesmo que você não saiba. Nós sonhamos todas as noites. Mas só acordamos alegres em algumas manhãs.
- Mas eu queria sonhar com você.
- Mas eu queria sonhar com você.
Marji had a violin.
Hoje eu assisti o Quebra Nozes no Guaíra.
Hoje eu vi a orquestra.
Hoje perdi um pouquinho do meu coração, de puro arrependimento por ter largado o violino.
Eu poderia estar lá.
Não sou tão boa como platéia.
Hoje eu vi a orquestra.
Hoje perdi um pouquinho do meu coração, de puro arrependimento por ter largado o violino.
Eu poderia estar lá.
Não sou tão boa como platéia.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Por outro lado...
"Mas, por outro lado,
encantado, apaixonado,
o coração,
como convém
quando se tem alguém
coladinho, colado."
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terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Do cotidiano.
Eu estava apressada.
Dia cinza, chuvoso, gelado. Correria de um lado para o outro. Só mais um médico. Só mais uma consulta. Só mais um resultado. O último (do dia).
E eu só queria pegar meu café quentinho e ir embora dali. Meu casaco comprido (não demais. Um pouco acima dos joelhos, bom para esquentar) totalmente molhado. O guarda chuva vermelho aberto, a sapatilha cheia d'água. E eu correndo.
A bolsa pendia no ombro, despreocupada, escorregando, enquanto eu lutava para manter a sombrinha sobre a cabeça, enquanto esforçava-me para manter o café tampado. Ele cozinhava meus dedos, porém meu corpo era gelado.
E meu coração era quente.
Foi quando aquelas duas moças me pararam. A mais nova, que não deve somar mais de vinte anos no RG, desfilava uma barriga enorme. Com um bebêzinho se formando, lá dentro. Estava com as mãos geladas, estava na chuva. E estava grávida. A mais velha, deveria ser a mãe, futura avó, estava com um papel em mãos. Perguntou-me sobre o endereço de uma rua. Franzi a testa ao afirmar que o endereço ficava a mais de três quilômetros dali. "Minha senhora, estamos quase na Praça do Japão. Este bairro aqui chama-se Batel. Vocês precisam ir até o centro." Emparelharam-se, abrigando-se da chuva. "Mas é tão longe assim, moça?". Senti um incômodo. Era muito longe. Estava frio. Estava chovendo. "É bastante longe sim. Calculo uns três, quatro quilômetros." "E a Rui Barbosa, é aqui perto?". Não era. Era ainda mais longe. "É longe sim. Faz o seguinte, desce mais umas duas quadras e pega um ônibus até lá. É um amarelinho. Nessas horas vocês conseguem ir sentadas!". Elas se entreolharam e sorriram. Me agradeceram ainda meio tímidas. Eu já estava encharcada. Meus ombros escorriam água. Meu café estava frio. "Obrigada, mocinha. Que Deus te abençoe." "Vão com Deus e se cuidem com essa chuva!" "Obrigada, querida! Que você tenha um feliz natal e todos os seus desejos se realizem." Elas viraram e atravessaram a rua. Eu ajeitei os óculos e corri para aproveitar o sinal de pedestres aberto.
Meu corpo era gelado.
E meu coração era muito, muito quente.
Dia cinza, chuvoso, gelado. Correria de um lado para o outro. Só mais um médico. Só mais uma consulta. Só mais um resultado. O último (do dia).
E eu só queria pegar meu café quentinho e ir embora dali. Meu casaco comprido (não demais. Um pouco acima dos joelhos, bom para esquentar) totalmente molhado. O guarda chuva vermelho aberto, a sapatilha cheia d'água. E eu correndo.
A bolsa pendia no ombro, despreocupada, escorregando, enquanto eu lutava para manter a sombrinha sobre a cabeça, enquanto esforçava-me para manter o café tampado. Ele cozinhava meus dedos, porém meu corpo era gelado.
E meu coração era quente.
Foi quando aquelas duas moças me pararam. A mais nova, que não deve somar mais de vinte anos no RG, desfilava uma barriga enorme. Com um bebêzinho se formando, lá dentro. Estava com as mãos geladas, estava na chuva. E estava grávida. A mais velha, deveria ser a mãe, futura avó, estava com um papel em mãos. Perguntou-me sobre o endereço de uma rua. Franzi a testa ao afirmar que o endereço ficava a mais de três quilômetros dali. "Minha senhora, estamos quase na Praça do Japão. Este bairro aqui chama-se Batel. Vocês precisam ir até o centro." Emparelharam-se, abrigando-se da chuva. "Mas é tão longe assim, moça?". Senti um incômodo. Era muito longe. Estava frio. Estava chovendo. "É bastante longe sim. Calculo uns três, quatro quilômetros." "E a Rui Barbosa, é aqui perto?". Não era. Era ainda mais longe. "É longe sim. Faz o seguinte, desce mais umas duas quadras e pega um ônibus até lá. É um amarelinho. Nessas horas vocês conseguem ir sentadas!". Elas se entreolharam e sorriram. Me agradeceram ainda meio tímidas. Eu já estava encharcada. Meus ombros escorriam água. Meu café estava frio. "Obrigada, mocinha. Que Deus te abençoe." "Vão com Deus e se cuidem com essa chuva!" "Obrigada, querida! Que você tenha um feliz natal e todos os seus desejos se realizem." Elas viraram e atravessaram a rua. Eu ajeitei os óculos e corri para aproveitar o sinal de pedestres aberto.
Meu corpo era gelado.
E meu coração era muito, muito quente.
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Sorriso do dia
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
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