domingo, 21 de fevereiro de 2010

Mein Kampf.

Tem dias em que o mundo inteirinho acorda laranja e doce. Não aquele doce que enjoa, mas aquele tipo de doce gostoso que você sente quando come bala de banana. Você sente que poderia passar a sua vida inteira olhando os reflexos que o sol faz ao bater timidamente na janela, escutar os passarinhos. As pessoas passam lá embaixo, na rua, como se a vida fosse aquilo.

Estar junto.
Ser feliz.

E toda essa simplicidade que combina tanto com aqueles dias de vento gelado e folhas caindo quanto os dias de calor, onde você coloca seu chapéu e seu vestido mais leve e vai para a rua olhar o céu, parecem ser uma extensão de um sonho, o qual você não quer acordar.

Tudo parece tão leve e cheio de graça que você sente o vendo lhe fazendo cócegas e a enorme vontade de sorrir por nada, sem medo de parecer idiota.

E os paralelepípedos que tantas vezes lhe fizeram tropeçar e dizer palavrões, mesmo que em um volume inaudível, hoje parecem fazer parte de seus pés.

Você sente aquelas vontades loucas. Vontade de cantar, de tomar chá com doce de abóbora, de ser médica, de salvar o mundo. Tantas vontades que não caberiam sequer em um milhão de bolsas amarelas. Mas você não precisa do alfinete nem nada. Serão aquelas vontades que, em suma, passaram com o tempo, mas que são ótimas de se sentir de vez em quando.

E, quando esses maravilhosos dias de sonho, onde você sente que pode chupar o céu como picolé, começam à escurecer, você não sente tristeza nem vazio. Você sente apenas a esperança de que mais dias daquele aconteçam. Mas sem ansiosidade, sem pressa. Apenas um tipo de sensação gostosa, parecida com aquela que você sente quando está esperando um bolo de fubá terminar de assar.

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