terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Ao meu amigo Luis.

Desde que você faleceu eu já lhe escrevi muitas e muitas vezes. Mas, como não sei como a conexão à internet está aí no céu, prometo que essa vai ser a última. E, também, prometo ser breve. Não quero te fazer perder muito tempo com isso. Você nunca gostou muito de ler...

Lu, eu só quero que você saiba que você faz muita falta. Todo mundo aqui sente falta. Por falar nisso, este dias eu vi a Aninha. Ela cresceu bastante, logo passa de mim, haha.

Estes dias estava lendo as coisas que escrevíamos, olhando as fotos... tudo. Encontrei coisas que ainda nem havia lido. Lembra sua camiseta do Good Charlotte, que eu achava horrível? Depois de muitas e muitas semanas dormindo sobre ela, ela perdeu totalmente o cheiro daquele seu desodorante que deixava meu nariz vermelho e me fazia espirrar. Agora ela ocupa um lugar de honra no meu guarda-roupa, sendo a unica que está pendurada no cabide.

Não tive tempo de lhe contar, mas eu acabei me mudando. Aqui é bom, é amplo... Da janela do meu quarto consigo ver um pinheiro. Não é tão bonito e imponente quantos os que víamos das nossas janelas todos os dias, mas até que ele dá para o gasto. Ele é meio triste, acho. Não tem outros companheiros pinheiros, por isso não cresceu muito. Mas eu sempre tento fazer companhia para ele, e antes de dormir gasto alguns bons minutos (dependendo do dia e do nível de tristeza, horas) olhando para ele.

Estes dias aconteceu de eu lembrar de você e chorar, mas só um pouquinho. Aí eu lembrei do dia em que a Mimi morreu e nossas mães disseram que ela foi para o céu, e que lá ela poderia fazer tudo o que gostava de fazer. Espero que você possa estar agora perto dela, para fazer carinho na barriguinha dela. Você sabe como ela gosta disto. Eu acho que Deus não deve permitir que você jogue Siren e CS no céu, o que de certo modo é bom. Assim você pode treinar mais xadrez e paciência, para quem sabe, um dia, ganhar de mim. Se algum dia você se sentir solitário, você pode ir para perto do meu vô, ou do seu pai. Tenho certeza de que eles vão saber te abraçar do jeito certo. Por falar em jeito certo, nunca mais encontrei alguém tão bom abraçador como você. E aí aquela sua teoria de que eu sou carente para caramba e que só preciso de alguém "alto e largo" para me abraçar e me fazer sentir bem começou a fazer bastante sentido.

Hoje, como em todas as noites, após olhar o pinheiro solitário, eu vou passar um tempo olhando o céu. Quem sabe qualquer dia você não se veste de estrela e passa para dar um "Hãp".

Quero que saiba que eu te amo, assim, de verdade, e que você é a melhor pessoa do mundo.

Beijos da sua sempre amiga-agregada, .

Um comentário:

Madame Morte disse...

Por que até os amigos imaginários nóe temos que sacrificar?
Em benefício de quê?De quem?
Dói =/