sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Dia 18 de Setembro de 2009, às 17:19.

Antes, quando eu era uma criança, qualquer coisa podia me fazer chorar. E, diga-se de passagem, eu já chorei pra caralho. Chorava trancada em quartos, banheiros. Chorava com a música no volume mais alto, para ninguém escutar. Chorava no banho, para ninguém perceber.

Nos momentos felizes eu também chorava. Mas não chorava de felicidade. Chorava de medo que tudo aquilo acabasse. Chorava discretamente, com os óculos de sol e limpava as lágrimas com a manga do casaco.

Chorava quando via alguém triste, mas chorava mais ainda quando via alguém feliz.

Nas manhãs ensolaradas, desistia de tudo, mas continuava. Nas cinzas, nem tanto. Elas traziam menos urgência.

Com o tempo, minhas lágrimas foram tornando-se cada vez mais salgadas e sem sentido. Eu chorava e me sentia pior ainda. Sentia mais raiva.
Mais medo.
Mais vergonha.

Agora, que sou uma adulta de quase dezesseis anos, eu não choro mais. Eu digo foda-se e sorrio.

Posso me sentir mal por alguns instantes, mas volto a sorrir.
E está bem melhor assim.

Um comentário:

Madame Morte disse...

É legal a forma como o tempo e o espaço agem sobre as pessoas...e a forma como elas se adaptam...pode até doer...mas nunca mata.É possível viver sem coração.E é até mais fácil.