quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Dia 17 de Setembro de 2009, às 17:07.

"Quando faz bom tempo, meus pais vão frequentemente ao cemitério e espetam um punhado de flores no túmulo do Allie. Fui com eles umas duas vezes, mas aí parei. Em primeiro lugar, não tenho o menor prazer em ver o Allie naquele cemitério maluco. Todo cercado de caras mortos e túmulos e tudo. Não é tão ruim quando faz sol, mas duas vezes - duas vezes - estávamos lá dentro quando começou a chover. Foi horroroso. Choveu na porcaria do túmulo dele, e choveu na grama em cima da barriga dele. Chovia por todo lado. O pessoal todo que estava de visita saiu correndo para os carros. Foi isso que me deixou doido. Todo mundo podia correr para dentro dos carros, ligar o rádio e tudo e ir jantar em algum lugar bacana - todo mundo menos o Allie. Não aguento um troço desses. Eu sei que é só o corpo dele e tudo que está no cemitério, que a alma está no céu e essa merda toda, mas assim mesmo não podia aguentar aquilo. Só queria que ele não estivesse lá. Quem conheceu o Allie entende o que estou querendo dizer. Não é tão mau assim quando tem sol, mas o sol só aparece quando cisma de aparecer."

Luis, preciso de você aqui.

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