terça-feira, 18 de agosto de 2009

Dia 18 de Agosto de 2009, às 16:03.

Automatic Loveletter.

Quando isto começou, era tão tranquilo. Mas agora o que fica é o silêncio. Nós já fomos perfeitos uma vez, eu e você.
Não estou pronta para deixar o seu quarto.
Você coloriu meus olhos de vermelho.
Essa letra está escrita de forma estranha. Mas eu não posso deixar de guardar. O último recado. O começo do fim. E, em Campo Mourão, tudo terminou. É como a calmaria antes da tempestade.
Nós irámos ser felizes juntos, lembra?
Essa absolvição de culpa é incompleta. É sempre amarga e doce.
Eu vou não vou fazer barulho para que você não acorde. Durma, amanhã será um longo dia.

A sua camiseta ainda está no meu quarto, e ela ainda tem seu cheiro. A foto que você pendurou amassada, ainda está aqui. Ela, explica claramente que você agora é apenas uma imagem, uma lembrança.
Eu estou bem, está tudo bem e é bom saber que você está bem.
Estou fingindo que está tudo certo, para tornar isso melhor. Eu vou esconder a maquiagem manchada dos meus olhos, para provar que eu tentei.
De alguma maneira, você ainda está aqui. É loucura, eu sei.
Eu quero esquecer você. Esquecer toda a minha infância, mais de metade da minha adolescência. Já fazem treze dias que você se foi e eu ainda não me recuperei.
Eu vou lavar a sua camiseta, quebrar os seus cds e queimar as cartas.
O que importa é o que já foi. E o que já foi não é só uma mentira.
Luis, preciso de você aqui.

Quando você perde o seu melhor amigo para um acidente idiota, além de dor você sente raiva.

Um comentário:

Madame Morte disse...

As pessoas vêm e vão, e no fim das contas acaba sobrando apenas você, o epicentro do seu próprio mundo.A única coisa que realmente consola é saber que você não pode abandonar a si próprio.Não de formas "lícitas" pelo menos.