terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Reflexões sobre os últimos dois meses

Ou: "Sério mesmo, só dois meses?", "Provavelmente os dois meses mais felizes da minha vida", "Esse quentinho no coração é a pinga ou é o amor?"

Aí 'cê resolve parar e elucubrar sobre o que teria acontecido se você tivesse ido discotecar naquele bar, se você tivesse aceitado sair para beber com seu ex-professor de filosofia manco com tendências misândricas, o que teria acontecido se você tivesse dito "não" quando seu ex-namorado mala te chamou para sair pela primeira vez. O que teria acontecido se você tivesse ido para um show com o cara de Manaus, o que aconteceria se vocês tivessem se vestido de macaco e o que aconteceria se isso fizesse algum sentido. O que aconteceria se você não tivesse comido beterraba estragada naquele fim de semana, o que aconteceria se você realmente tivesse montado uma banda de rock-folk-experimental, que mixava Zeca Baleiro e Chico Science em umas batidas de dubstep e violino clássico, com aquele cara que você conheceu na internet e como sua vida estaria bosteada se você não tivesse resolvido almoçar com aquele seu amigo bacanérrimo - porém meio estranho - em um dia gelado e triste.

Daí você pensa sobre isso durante horas e chega a conclusão de que nada do que aconteceu importa p'r'o agora. Porque, se agora você está feliz de verdade, nesse universo e não só em suposições quânticas, é o que vale. Porque talvez todas as noites em que você dormiu chorando, odiando o mundo e murmurando frases desconexas de músicas dos Smiths tenham tido um propósito.

E talvez você só seja o que é hoje por ter tropeçado. Afinal de contas, como diabos em saberia que intoxicação alimentar dói tanto e que seu amigo bacanérrimo - mas meio estranho - te apresentaria o cara mais sensacional da galáxia? E, fala sério, sorte sua não ter montado uma banda mixando Zeca Baleiro, dubstep. Isso não teria como dar certo, definitivamente.

(E a única música dos Smiths que eu murmuro agora é aquela sobre o que aconteceria se um ônibus de dois andares batesse no nosso carro e sobre como essa seria uma maneira celestial de morrer. Mas eu só faço isso porque acho a letra e o ritmo bonitinhos e porque o Tom gosta dessa música. O Tom, sabe o Tom? O Tom Hansen, aquele que o Joseph Gordon-Levitt interpretou? Sério mesmo, não se preocupe. Eu juro que não quero morrer assim. Juro que não sou tão creepy. Talvez só um pouquinho).