quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

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... Porque antes as paixões vinham de gostos em comum. Vinham dos livros que o outro leu, vinham dos filmes que o outro viu ou das músicas que o outro escutou. Vinham das conjecturas, dos dogmas, dos problemas.

E agora não. Agora é diferente.

Agora é paixão de andar de mãos dadas, de cuidar, de dormir em redes (mesmo que no campus da universidade) após o almoço. É paixão de sentir vontade de fazer o outro sorrir. Paixão sem Kundera ou Palahniuk no meio. Paixão de me perder nos olhos (dele), paixão de sentir felicidade sem motivo e de choramingar de saudade quando estou longe. É paixão de fazer cócegas, de contar segredos (nunca dantes revelados), de ser eu mesma, com todas as partes estranhas. É paixão diferente. Paixão de querer passar horas-dias-anos (!) sem desgrudar.

Agora é paixão onde eu não olho para mim primeiro. É paixão onde eu olho antes para ele.
Só para ele.