domingo, 23 de maio de 2010

Augusto.

Ele era só uma fotografia.
Sujo, torto, idiota. Grosseiro, velho, imbecil. Beberrão.
Mas que ganhou minha afeição de imediato.

Sem som, sem cheiro. Só palavras. E aquela fotografia.

Meio sorriso, nariz torto, olhos vermelhos. A garrafa de vinho (provavelmente vazia) que repousava sobre seu colo, seu óculos pendurado descompromissadamente no colarinho.

Me apaixonei do pior jeito. Furiosamente, fervorosamente, devotamente.
Te esperava em cada sinal, esperava trombar com você a cada esquina. Sonhava com cartas, flores e abraços. Senti o gosto do vinho, o cheiro do cigarro. Masquei o mesmo chicletes, pisei na mesma calçada.

Te amei por três dias e nenhum conto de réu.

Nenhum comentário: