Parker, do you remember?

Você lembra?
Lembra das coisas que me dizia?
Do quanto me fazia sorrir?


Você, bancando o palhaço.


Eu, rindo sinceramente, com suas besteiras.


Você, me contando sobre sua vida.


Eu, desabafando compulsivamente sobre a minha.


Toque, toque.


Meu tempo acabou.


É, preciso ir.
Preciso sair daqui.
Preciso andar no sol.

Voltar para casa.


E eu preciso de você aqui.


Você sorriria quando tudo desse errado?
Seria sincero comigo?
Diria que vai ficar tudo bem?


Vou colocar meu boné.


Você mentiria?
Diria-me coisas que não são reais?


Jamais.


Você acredita em mim?
Confia no que eu digo?


Se fosse sincero, não diria que o que eu penso é impossível.


Você sabe que não.


Por instantes, achei que toda essa impossibilidade também fizesse sentido para você.


Mas o que eu quero não é vingança.


Eu sei, ela é doce.


Mas eu sempre preferi os amargos.


Eu não quero nada.


Eu quero que você não me deixe ainda mais perdida.


Você se lembra daquelas tardes?
Da piscina?
Do Doritos?
Do tombo?
Do boneco?
Lembra-se daquele ano?
Do que me dizia?
Do que pensávamos?
Jurávamos?
Você lembra?


Eu lembro.